JORNALISMO INVESTIGATIVO

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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

SÃO GONÇALO: 1 PM PARA 2.5000 MORADORES. ROCINHA: 1 PM PARA 114 MORADORES

No nosso espaço, ao longo dos últimos anos, temos destacado à exaustão que a municipalização da segurança pública, ou seja, a concentração das ações de policiamento na Capital, sobretudo no tocante à aplicação dos recursos humanos (Policiais Militares), é um grande equívoco. Tal realidade obviamente enfraquece o policiamento ostensivo nos outros 91 (noventa e um) municípios que integram o Estado do Rio de Janeiro. Isso é de uma clareza solar, embora alguns permaneçam de olhos vendados para não verem a realidade.
Atualmente temos um efetivo de mais 8.500 PMs lotados nas UPPs, todas instaladas apenas na Capital. Para que se tenha uma ideia do descompasso na distribuição do policiamento, o único batalhão existente no município de São Gonçalo possui apenas 400 PMs para servir e proteger uma população de um milhão de habitantes. 
Uma conta rápida demonstra que temos nas UPPs o efetivo equivalente ao efetivo de mais de 21 (vinte e um) batalhões de São Gonçalo. A UPP da Rocinha, por exemplo, possui um efetivo de 700 (setecentos) PMs, quase o dobro do efetivo do 7o BPM. A comunidade tem menos de 70.000 moradores (Leia), menos de 7% da população de São Gonçalo.
De volta à máquina de calcular, em São Gonçalo existe 1 PM para cada 2.500 moradores, enquanto na Rocinha temos 1 PM para cada 114 moradores.
Pegando outro exemplo, a população do município de Duque de Caxias é de 850.000 moradores (Leia), mais de 12 (doze) vezes a população da Rocinha.
Salta aos olhos que está tudo errado.
É importantíssimo informar aos leitores que com a exceção da Capital, onde existem vários batalhões e onde estão instaladas todas as UPPs, nenhum dos outros 91 (noventa e um) municípios possui mais de um batalhão da PM, sendo que alguns não possuem nenhum, o que faz com que alguns batalhões acumulem municípios na sua área de atuação.
A seguir trechos da matéria publicada no jornal O Globo sobre o aumento da criminalidade na Capital e em outros municípios.
O GLOBO: 
Índices mostram que violência cresceu mais fora da capital Em Niterói, roubo de veículos subiu 172%; em São Gonçalo, 30% 
Beltrame nega que protestos tenham relação com alta de crimes 
RIO - Os índices de criminalidade do mês de agosto, divulgados na quarta-feira pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), mostram que os registros têm subido mais no interior e na Região Metropolitana. O comparativo de agosto de 2012 com agosto de 2013 revela, por exemplo, que houve um aumento 172% no número de roubos de carros em Niterói. Foram 65 casos em 2012 contra 177 em 2013. No mesmo período, no município do Rio, o acréscimo foi de 21,9%. No caso dos homicídios, também houve aumento em Niterói. Foram quatro registros em agosto de 2012 contra 11 em 2013 (175%). Já na capital, foram 113 assassinatos contra 95 no mesmo mês de 2012 (um aumento de 18,94%) Município vizinho de Niterói, São Gonçalo também registrou aumento expressivo dos índices. Em agosto do ano passado, foram 11 homicídios contra 32 no mesmo mês em 2013 (um aumento de 190%). A soma dos homicídios dos oito primeiros meses de 2012, quando comparada com a do mesmo período de 2013, indica que a tendência é mesmo de maior alta fora da capital. Enquanto na cidade do Rio a variação foi de 3%, passando de 836 para 864, em todo o estado o crescimento foi de 15%. Foram 2.716 homicídios nos primeiros oito meses de 2012 contra 3.123 este ano. 
Secretário: locais abandonados 
(...)
O secretário (Beltrame) negou que o deslocamento de policiais de algumas regiões para atuar nas manifestações tenha contribuído para o aumento da violência em agosto, como alegou a PM: 
— Não procede isso. Nas manifestações, a atuação é de batalhões do Centro da cidade. 
(...) 
Para autoridades e especialistas, o aumento da criminalidade no interior tem a ver com falta de policiamento, ausência de políticas para essas regiões e migração de bandidos da capital. 
Os índices de agosto foram o principal assunto do encontro do Conselho Comunitário de Segurança de São Gonçalo, realizado ontem. 
O presidente do conselho, Carlos Alberto de Paula, disse que o crescimento da criminalidade no município é resultado da migração de bandidos do Rio: 
— Essa migração é estimulada pela falta de policiais em São Gonçalo e Niterói. O 7º BPM (São Gonçalo) foi criado em 1972 com um efetivo de 1.800 policiais e hoje tem apenas 400. A situação das delegacias é um pouco pior: faltam policiais, e os carros estão sucateados. 
O secretário de Segurança de São Gonçalo, coronel Antônio Oswaldo da Silva, concordou: 
— Sem policiais, é difícil combater a criminalidade. São Gonçalo tem mais de 1 milhão de habitantes e precisa de mais policiamento.
A Coordenadoria de Inteligência da PM informou que tem acompanhado a movimentação de criminosos e que, em alguns casos, chefes de quadrilhas que atuavam em favelas pacificadas são recebidos “em outros locais da mesma facção criminosa”
Mais políticas de apoio às UPPs 
(...)
Para Renato Sérgio Lima, conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança, as unidades não podem resolver todos os problemas da segurança pública: 
— Sem dúvida, as UPPs são importantes para o Rio e para o Brasil, mas elas não são uma panaceia que tudo resolve. É preciso discutir procedimentos e analisar as características do crime em cada cidade, em cada bairro. Essas análises mostrarão que, em determinadas áreas, a política de segurança pode ser diferente porque a natureza da criminalidade também é diferente (Leia a íntegra).
Juntos Somos Fortes!

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